sexta-feira, 22 de março de 2013

Consciência


Minha consciência não me deixa em paz
Mesmo zuado, ela vive a me dizer: Você pode ser mais.
Quando eu chego a exaustão, elas diz: Você pode render mais.
Nem pense em fechar os olhos, dar as costas, deixar meus conselhos pra trás.
Sua memória curta pode esquecer, vira e mexe eu vou te lembrar
Você deve evoluir e crescer, e infelizmente eu vou te cobrar.
Ai de você se não me pagar! Ai de você se tentar me enrolar.
Vou fazer sua vida amargar, até você esse débito quitar.
Quer curtir!? Pode se distrair, viajar... Pode usar!
Eu tenho uns presentinhos pra quando você voltar:
Ansiedade, estresse e depressão!
Pode ir pra qualquer lugar, que eles te acharão!
Te encontrarão até no infinito da imaginação,
Dominarão sua mente e prenderão seu coração.
Corre não, vacilão! Liberdade é cumprir sua missão!
Eu sou a consciência. Muito prazer cidadão.
Existo pra que você tenha ciência da sua existência, e não viva em vão!

(psique)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Beijo do escorpião

Beijarei sempre mais que a boca,
Beijarei sempre pra tocar sua alma.
Depois deste beijo ficará louca,
Longe deste beijo não haverá calma.
Vai levar a razão tipo bebida pura,
E tipo terremoto abalar sua estrutura.
Este beijo é só a porta da eternidade,
Leva o senso do real e eleva o nível
Pra onde nada mais parece de verdade,
Onde verdade é surreal, e tudo indescritível.
Onde fartura supri a fome de desejo,
E 1 + 1 é suficiente pra orgia.
Entrada pro meu mundo é meu beijo,
Onde de fato se vive uma eterna fantasia.
Lugar onde devaneio, realidade é tudo igual,
Onde loucura e sanidade também.
Em que a chama da paixão queima como o inferno.
E o amor te faz de refém!
Meu beijo é inefável. O prazer, depois dele, inexprimível.
O êxtase é incomensurável, E torna banal o que fôra incrível!
No meu mundo a propaganda se parte,
Qualidade na prestação de serviço é canção!
Amor e sexo é sempre uma arte!
E eu sou o infarto chamado escorpião!

Chakal (by me, hehe)

domingo, 22 de janeiro de 2012

Explorando corpos, esvaziando mentes.


Quando me perguntam se eu vou fazer outra faculdade, me pergunto: Pra que estudar mais, se a indústria do entretenimento gera milhares de reais com poucas palavras, tipo "você você você você você"? Com músicas de sacanagem dos mais diversos gêneros, e com mulheres seminuas, ou mesmo nuas, na telinha e em revistas? Resumindo, por que estudar mais, se a indústria do entretenimento não exige muito, e gera milhões em receita explorando o corpo, e esvaziando as mentes? Tudo isso, enquanto graduados estão ralando, pra conseguir um pouquinho mais, mas com dignidade.

Ouvi, em um filme que já nem me lembro mais qual era, a seguinte frase: CARÁTER É PRA GENTE POBRE. EU QUERO É POSAR NU NA REVISTA!

Quem posa nu é mau caráter? É uma questão muito complexa, mas que tornar a sensualidade rentável ainda se chama prostituição, o que ainda tem, na nossa cultura (já que o Brasil é um país predominantemente cristão), o peso de um trabalho indigno, disso eu não tenho dúvidas.

A etimologia, a origem da palavra caráter nos remete a alma. Aquilo que está dentro do corpo, guiando suas ações. Sua personalidade, pensamentos, desejos, sonhos, emoções, e etc.. Enfim... Um jeito fácil de fazer rios de dinheiro, em outras palavras, é vendendo sua alma!

Tá afim?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Lutar contra o racismo? To fora.


Hoje em dia diz-se que muito se avançou, na luta por direitos iguais (entre as raças). Eu não vejo assim.

Creio que lutar por direitos iguais, sob a ótica racial, me faria travar uma batalha intelectual com um ignorante, um leigo desprovido de saber. Ao invés de lutar pelo direito de uma raça, seja ela qual for, deveríamos trabalhar na instrução de pessoas racistas. Elas sim é que precisam de ajuda, pra compreender que somos todos iguais.

Se uma pessoa nasce negra ou indígena, isso é imutável! Ela não poderá lutar pelo direito de ser branca, mas será capaz das mesmas coisas, boas e ruins, e vai carecer de tudo que um branco carece, porque são iguais. São seres humanos! Alguns batalham tanto pelo direito de ser reconhecido como igual, que nem notam que, na condição de ser humano, isso nunca foi, não pode e nunca será revogado.

Já disse uma sábia raposa: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

Todos viemos do pó, e para lá voltaremos. Branco, preto, amarelo, vermelho... Faz alguma diferença, se tudo isso vai virar cinza? (psique)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

BELEZA

Foto da campanha real beauty(beleza real)


Beleza é simetria. Essa frase pode ser interpretada como “uma melhor disposição das formas”, em se tratando de beleza física. Há um detalhe, implícito nessa definição, que deve ser citado: O padrão!

Temos, hoje, vários ideais de beleza, mas o que muitas vezes passa despercebido é o padrão, subentendido na maioria dessas definições. Vemos pessoas, tidas como padrão de beleza, em diversos meios de comunicação, e fazemos, praticamente de forma inconsciente, uma associação desses estereótipos a pessoas que fazem parte do nosso cotidiano. Somos amantes dessa beleza monopolizada, ligada aos gostos e até interesses de outro, o qual desconhecemos, e passamos a identificar frações dessa beleza, nas pessoas que nos cercam. Criamos ou, digamos, introjetamos uma noção de belo, sempre vinculada ao que dizem ser bonito.

Afinal, o que seria a beleza, se não a união do melhor de outros, baseados em padrões previamente estabelecidos por alguém, que não nós mesmos (segundo o conceito de simetria)? A exata disposição das formas, segundo um estereótipo? Lembrem-se dos momentos de frustração, ao olhar no espelho. Já se perguntaram quanto às razões dessa frustração? Acaso quem concentra todas as características, a disposição exata das formas, tidas como ideais? São métricas e mais métricas a serem satisfeitas: Narizes, cabelos, olhos, maçãs do rosto, lábios, queixos, braços, seios, cintura, quadris, glúteos, pés... tudo entra na dança!

Há estrangeiros que dizem que a mulher brasileira é a mais bela do mundo. Por que seria? Temos uma alta gama de pessoas, nascidas da miscigenação e, por vezes, vemos quadris e lábios, típicos de uma etnia, combinados com narizes e tipo capilar de outra, em muitos casos bem distribuídos. O resultado acaba por ser um físico mais próximo do estereótipo utópico, e tão almejado. Acaso seria esta a beleza esperada: A união de frações de traços, tidos como belos, unidos em um único ser? E o que dizer de pessoas de linhagem pura (ou mais próximas disso, se é que esse tipo de pureza existe)? Não podem concentrar traços, que não encontrados em seus ancestrais. Então como poderiam ser belas, se não têm o melhor de outros? Assim, até a miss universo deve frustrar-se em algum momento, é óbvio. Houve uma modelo desse mundo de misses que, quando questionada se ela sentia-se mal, por ter uma beleza “artificial”, fruto de diversas incisões e correções, respondeu o que ninguém esperava: Eu sou o que vocês querem! Isso reforça o fundo de verdade, existente na frase “não existe gente feia, só sem dinheiro”.

Apropriaram-se da beleza e a padronizaram e, hoje em dia, a propriedade intelectual “belo”, ainda que sem um dono específico, rende uma quantia em dinheiro difícil de se calcular. Mas quem fica com esse dinheiro? Pessoas por trás de clínicas cirúrgicas, academias, revistas de diversos tipos, salões de beleza e etc... Todos ligados direta ou indiretamente a manipulação e comercialização da beleza. O pior e saber que nós consumimos esse produto. O quanto consumimos é impossível dizer, mas desde a hora em que decidimos nos arrumar pra uma ocasião, especial ou não, como trabalho, passeio ou balada, nos preocupamos em estar belos. Quanto mais importância damos ao evento, mais consumimos beleza, em forma de produto.

Aparentemente o conceito de ser bonito(a) jamais foi pensado, só o de estar bonito(a). São cosmético, roupas, calçados, adereços e outros, para ficar atraente. Isso leva a um questionamento: O que somos ao acordar?

Faça um exercício mental: Pense no que você considera, ou simplesmente aceita como padrão de beleza. Depois de feito, compare-o a você. Faça-o em detalhe, e veja o quanto você se assemelha ao seu próprio ideal. No mundo de hoje, raramente o resultado de tal exercício é positivo. Então como se livrar das prisões da beleza? Simples. Se padrão é um ideal, e ideal nos remete a idéia, podemos concluir que bonito é o que alguém pensa que é bonito, simplesmente por se sentir encantado, atraído pelo objeto nascido de seus pensamentos, e isso (esse pensamento, esse fruto da imaginação) não precisa ser levado a senso comum. O que encanta a um, não necessariamente encanta a outro. Logo, o que é bonito pra um, pode sim não ser bonito pra outro. Todos somos livres, em nossas mentes, pra concordar ou discordar de qualquer idéia, e tão pouco podemos obrigar alguém a concordar com nossas idéias e ideais. A beleza não está no ideal (ou padrão), mas naquilo que encanta. Na busca por um ideal o ser humano acaba sempre por encontrar o nada!

Psique

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Chora (letra)

Chora teclado e nos traz essa canção,

acompanha o canto amargurado de quem dança com a solidão.

Cidade grande, quem aqui não se sente sozinho,

com milhares de pessoas cruzando o seu caminho?

Vagando na madrugada, vi que o galo anunciou:

São Paulo, 18 do 8. Mais uma manhã chegou,

e a vida segue, enquanto a alma chora só,

esmerilhada de amarguras, se sentindo só o pó.

Querendo rios de amor,

sobrevivendo de gotinhas, sofrimento e dor.

A solução: Encher a cara pra fugir da real,

de alucinógenos direto pro mundo da fantasia!

A brisa passa e a deprê deixa mal,

a vida segue, a alma chora, ainda é só dor e agonia.

E no ápice de toda essa dor ela vem,

mais uma vez, desavisada, da depressão ser refém.

Lágrimas! Molharam a medalha de um vencedor,

E hoje habitam os olhos tristes de todo sonhador.

Vem que vem lado ruim, se juntando ao lado bom,

e essa fusão vai descrevendo a nossa situação.

Quem vai chorar a lágrima que rola em seu rosto?

Quem vai sentir a dor e o gosto do seu desgosto?

É face e orkut lotado, na balada badalado,

e tu tá mais triste e solitário que a poeira do vácuo, vai...

Chega a chorar em silêncio,

sozinho, solitário no frio, com um mantra de lamentos.

Felicidade sumiu, jogada ao relento,

tipo a folha que caiu, e foi levada com o vento!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Cegos

Vocês são cegos. Vocês são mais cegos que os próprios cegos. Não sabem apreciar um perfume bem como um cego, não sabem apreciar boa música bem como um cego, não sabem sentir o prazer do tato, no contato com outra pele... tudo isso em virtude daquilo que vêem. Se vacilar, os cegos enxergam o mundo ainda melhor que vocês. Se alguém vai contar algo, a primeira coisa que usam é a memória visual, pra tentar enxergar a situação, sem perceber que o melhor, provavelmente, seria entender. Se um cego contar algo, vocês não vão entender, pois são levados por seus olhos e memória visual, mas vão dizer que se conhecem bem. Vocês estão cegos.

Deixam os olhos guiarem o racional e o irracional: Seus gostos, seus desejos, seus pensamentos e instintos, sem parar pra pensar que o paladar também está lá, não só na língua, mas na memória, pra dizer que o gostoso vai além daquilo que se come, mas é tudo aquilo que nossa percepção diz que é agradável. Alguém ainda arrisca dizer que tem bom gosto, se tudo o que se aprecia, e tudo o que se quer é ditado, primeiramente e praticamente sem pensar, de forma irracional, pelos olhos!? Vocês estão cegos. Adoram tudo o que vêem, de olhos bem abertos, e ainda têm medo de ficar cego, pois quando vocês fecham os olhos, fica escuro; não dá pra ver nada. Caralho! Vocês não percebem o quanto estão cegos!?

Eu fechei os olhos, e mais uma vez vi, o breu que havia por detrás de minhas pálpebras. Notei, num dia comum, depois de trampar, e conversar com os amigos, beber uma breja... que eu estava cego. Meu Deus! Como pude eu, fechando os olhos praticamente todas as noites, não notar que a escuridão que eu via, com meus próprio olhos, estava dentro de mim!? Como pude eu não notar que me guiava apenas pelos olhos, sem ter uma visão clara de quem eu era!? Como pude não enxergar, que não compreendia muito bem minha insatisfação, que não entendia muito bem o porquê que eu fazia alguma coisa, apenas por deixar que meu par de olhos me guiasse, racional e irracionalmente!? Como eu pude ser tão cego!?

Naquele momento, de olhos fechados, vi meus olhos se abrirem, e enxerguei: Você já foi medíocre! Você já foi miserável! E estava tão cego, que nem percebeu que ainda é um bosta! De olhos fechados, pude olhar pra dentro de mim e ver, de forma clara, que eu não valia quase nada, mas... quando eu realmente estava pronto pra desistir, e mais uma vez abrir os olhos, só pra não enxergar, pude ouvir minha consciência, sem que meus olhos me cegassem de novo, e ela me fez enxergar uma coisa:

-Você ama seus olhos mais que a você, pois tem vergonha do que tem por dentro, e eles o têm livrado de enxergar isso até agora. Mas já que você criou coragem pra realmente ver, então enxergue que você ainda é um bosta, mas tem nas mãos o que os seus olhos nunca poderiam te mostrar, mesmo que estivessem abertos: A oportunidade de se redimir, de começar de novo, e escrever uma nova história!